sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Retrospectiva Call of Duty - parte 2


Na primeira parte de nossa retrospectiva Call of Duty, você conferiu os jogos da série baseados na Segunda Guerra Mundial. Faltam agora os dois jogos da “era moderna” de Call of Duty, além do recém-lançado Black Ops, que é um caso à parte, historicamente falando.
Nas guerras modenras, Call of Duty abre mão do caráter histórico da série e aborda conflitos fictícios em um futuro não muito distante. A guerra apresentada em Modern Warfare 1 e 2 é baseada em conflitos modernos reais, como Iraque e Afeganistão, e inspirada pelo forte sentimento antiterrorista de países como Estados Unidos e Inglaterra. Mesmo Black Ops, o caçula da franquia, que se passa durante um período histórico já estabelecido, a Guerra Fria, evita pisar em muitos calos e se concentra em uma trama fictícia também.
Apesar de afastar o “fantasma” da Segunda Guerra, a porção moderna da série Call of Duty ficou mais conhecida pelos modos multiplayer. Com um sistema de experiência e evolução, além de oferecer recompensas aos jogadores que matam determinada quantidade de inimigos em sequência, o modo multijogador dos games modernos da série criou uma legião de aficionados e reduziu a enorme importância que a narrativa solo tinha em Call of Duty.
ALERTA: o texto a seguir revela acontecimentos dos jogos da série. Se você não gosta de “spoilers”, recomendamos que tenha cuidado na leitura ou, é claro, vá jogar todos esses games antes de prosseguir.
Leia também: Retrospectiva Call of Duty – parte 1
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CALL OF DUTY: MODERN WARFARE (Infinity Ward, 2007)

Plataformas: PC, PlayStation 3, Xbox 360, Wii.
Quando Modern Warfare foi anunciado, muitos fãs da série Call of Duty ficaram desconfiados. Afinal, a franquia toda havia se baseado na Segunda Guerra Mundial, e pular diretamente para um conflito moderno parecia mesmo um salto maior que a perna para a Infinity Ward.
Mas a desenvolvedora não desapontou. A cena de abertura, em que você assume o papel do presidente de um país do Oriente Médio prestes a ser executado por um líder revolucionário, já denunciava a abordagem cinematográfica: o jogo, do começo ao fim, seguiria uma lógica narrativa muito próxima daquela usada em filmes de guerra.
A trama envolve uma guerra no Oriente Médio financiada por um grupo ultranacionalista russo, cujo líder, chamado Imran Zakhaev, deseja retornar aos gloriosos tempos da União Soviética. No controle de um soldado americano, alternando com momentos de um recruta novato da SAS britãnica, você deve caçar e eliminar Zakhaev, na tentativa de eliminar as ameaças de guerra nuclear. Por motivos óbvios, é o primeiro jogo da série em que não controlamos um personagem russo.
As características básicas da série estavam presentes. Os personagens controlados pelo computador auxiliando nas batalhas, os diálogos bem escritos, coadjuvantes carismáticos, a possíbilidade de controlar vários veículos e as tramas intercaladas entre soldados de várias nacionalidades. Mas as semelhanças acabavam por aí. Controlar um avião não-tripulado equipado com câmeras de visão noturna ou explodir helicópteros com mísseis teleguiados são coisas que jamais poderíamos ver durante a Segunda Guerra, e Modern Warfare fez jus ao seu nome aproveitando ao máximo esses momentos.
Cena memorável: O que dizer de um jogo que permite observar uma explosão atômica e todas as suas consequências de perto? Em um dos momentos mais dramáticos do game, o helicóptero em que você está é atingido por uma explosão atômica. Seu personagem sobrevive tempo suficiente para ver a destruição causada por uma bomba dessas.
Curiosidades: Os desenvolvedores de Modern Warfare participaram de vários treinamentos e simulações com artilharia real em bases militares americanas. Para quem acha que fazer games é moleza, fica a dica.

CALL OF DUTY: MODERN WARFARE 2 (Infinity Ward, 2009)

Plataformas: PC, PlayStation 3, Xbox 360, Wii.
Modern Warfare 2 dá continuidade à história contada no primeiro jogo, apresentando uma Rússia dominada pela facção ultranacionalista de Zakhaev, que foi proclamado herói e mártir nacional. A guerra entre os países do Ocidente e a Rússia é o foco principal da narrativa, que inclui uma invasão em grande escala aos Estados Unidos por tropas russas. Algo bastante inusitado em se tratando de jogos nesse estilo.
E essa foi apenas uma das decisões polêmicas da Infinity Ward. A falta de servidores dedicados para o multiplayer da versão de PC também incomodou alguns. Os jogadores mais fanáticos da série fizeram até uma petição pelos servidores dedicados, e ela teve mais de 100.000 assinaturas. Isso mostra como a importância do modo multijogador cresceu em Call of Duty. Hoje você pode jogar MW2 em servidores dedicados via hacks feitos pela comunidade.
Mesmo com tanta polêmica, Modern Warfare 2 vendeu, no seu primeiro dia, cópias suficientes para conquistar o título de lançamento mais bem-sucedido da história do entretenimento. E ele só foi desbancado por seu sucessor, o recém-chegado Black Ops.
Cena memorável: A fase “No Russians” é tão visualmente pesada e chocante que o jogador tem a opção de simplesmente pulá-la, sem sofrer nenhuma penalidade por isso. Você controla um agente infiltrado em um grupo de radicais russos enquanto eles executam a sangue frio dezenas de civis em um aeroporto como parte de um atentado terrorista. Nem preciso falar que essa cena foi usada por muita gente como prova definitiva de que videogames corrompem as nossas crianças. Aquela coisa de sempre.
Curiosidades: O Brasil, mais especificamente o Rio de Janeiro, aparece no jogo. Não é exatamente uma boa representação de nossa cidade maravilhosa, levando em conta que, na cena, estamos atravessando uma favela enquanto matamos uma quantidade inimaginável de traficantes. Só faltou mesmo o capitão Nascimento.

CALL OF DUTY: BLACK OPS (Treyarch, 2010)

Plataformas: PC, PlayStation 3, Xbox 360, Wii.

Black Ops é a prova definitiva de que o multiplayer tomou maior importância do que a narrativa nos jogos modernos da série. Black Ops é o primeiro da série a abordar a Guerra Fria. Ele tem uma história inconsistente e recheada de clichês, apesar de inovar em alguns formatos. O modo multiplayer, herdeiro direto de Modern Warfare 1 e 2, é muito bom. E, aparentemente, é isso que importa, já que o game vendeu 5 milhões de cópias em 24 horas.
A maior fraqueza da Treyarch – as histórias mirradas e inconsistentes – aparece novamente em Black Ops. Agora temos um grupo de operações especiais norte-americano nos tempos de Guerra Fria com a missão de eliminar uma ameaça de arma biológica vinda de extremistas russos. A narrativa usa um recurso de flashback para levar você até as missões, intercaladas por interrogatórios intensos. O nível de violência é considerado o mais alto da série, com cenas fortes. Black Ops tem excelentes gráficos, cenários exuberantes, modo multiplayer divertido como sempre e bastante conteúdo extra escondido.
Cena memorável: Talvez o melhor momento seja descer um rio do Vietnã em um barco militar, explodindo tudo à nossa volta ao som de um clássicos dos Rolling Stones. A sensação de poder é intoxicante.
Curiosidades: Na versão de Black Ops do modo zumbis, você está preso no Pentágono, sede de inteligência militar americana, e pode controlar figuras históricas semi-caricatas na luta pela sobrevivência: Richard Nixon e John F. Kennedy, ex-presidentes americanos, Robert McNamara, secretário da defesa dos Estados Unidos durante a guerra do Vietnã, e Fidel Castro, o famoso ditador cubano.

ATENÇÃO: Conteúdo retirado do site http://www.kotaku.com.br com algumas modificações.





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